O Dia de Aprender Brincando é uma campanha promovida pela Cidade Escola Aprendiz, por meio do Programa Cidades Educadoras, em parceria com a Project Dirt e apoio da OMO, integrando um movimento global no qual milhares de escolas celebram pelo menos uma classe fora da sala de aula.

Como parte de suas ações em 2017, o Dia de Aprender Brincando realizou três oficinas para educadores de São Paulo. A primeira você pode conhecer, clicando aqui. A segunda, organizada no dia 3 de maio na EMEF Desembargador Amorim Lima, na zona oeste da capital paulista,  teve como desafio articular os acúmulos de mais de uma década de experiência educativa democrática com os postulados da campanha.

A EMEF Desembargador Amorim Lima é reconhecidamente uma escola que rompeu com as barreiras do ensino tradicional e remodelou suas práticas e seu currículo,  que se revela numa abordagem de ensino-aprendizagem à luz da educação integral. A escola desenvolve roteiros temáticos de aprendizagem, e praticamente todos eles ocorrem fora da sala de aula, já que a escola tradicionalmente não mantém os espaços tradicionais de sala de aula, com carteiras e lousas. Os professores e alunos exploram todos os ambientes externos e a equipe docente e direção se esforçam ao máximo para criar, utilizar e manter esses espaços funcionais e propícios à prática pedagógica. É nesse contexto que o brincar floresce como prática que fortalece os aprendizados e as experiências dos estudantes.

A oficina do Dia de Aprender Brincando pode trazer para uma equipe de 10 professores uma reflexão acerca dessa realidade vivenciada por eles. A atividade se iniciou com a pergunta: Qual era sua brincadeira favorita na infância? A partir dessas memórias, os educadores tomaram contato com o de mais valioso há no brincar: o aprendizado livre sobre como se relacionar com o outro e consigo mesmo e a exploração de diferentes formas e lugares onde se divertir.

Este é o inventário das brincadeiras dos professores da escola:

• Brincadeiras na rua
• Amarelinha, guerra de mamona, pular corda
• Brincadeiras de bola
• Brincadeiras coletivas, mas também em casa individualmente
• Boneca, carrinho de rolimã, pega-pega, esconde-esconde
• Casinha, escritório, escola

Em seguida, a reflexão se deu em torno da questão “como brincam as crianças na EMEF Desembargador Amorim Lima?”. Nesse momento, os participantes puderam pensar nos momentos de brincadeira oferecidos pela escola e mapear as diferentes maneiras de brincar, os espaços favoritos das crianças, as principais brincadeiras propostas, as diferenças do brincar dos mais novos (ciclo 1) e mais velhos (ciclo 2) – se brincam juntos e como o fazem.

Como a escola possui abundância de espaço ao ar livre, as brincadeiras de correr, mexer na terra e no mato, explorar e jogos de quadra são bem aproveitadas pelas crianças. Outras reflexões também foram apresentadas aos professores, como quais são os tipos de interações que existem no brincar e quais estímulos a escola pode gerar
(em relação à texturas, cores, tamanhos, cheiros e locais propícios).

A partir dessas questões estabeleceu-se um diálogo sobre os desafios de observar o brincar das crianças e o desafio de propiciar espaços e condições adequadas a essas experiências. Segundo os participantes da oficina, a atividade os fez perceber com mais clareza seu papel na garanta do brincar como estratégia essencial para o desenvolvimento integral da criança.