Três brincadeiras regionais para o Dia de Aprender Brincando

4th April 2017

“O máximo de maturidade que um homem pode atingir é quando ele tem a seriedade que têm as crianças quando brincam.” 

A frase do filósofo alemão Friedrich Nietzsche, proferida no século XIX, segue atual para a sociedade moderna. Pular corda, imaginar personagens, correr, subir em árvores, andar com um pé só. O ato de brincar é a primeira atividade lúdica acessível ao ser humano e uma das primeiras possibilidades de conhecer o mundo ao seu redor. Ao nascer, o bebê já desenvolve alguns movimentos e interações, mas é com as brincadeiras que a criança expande seu olhar para o mundo.

No Brasil, a extensão territorial e a diversidade cultural, desenha um mapa de brincadeiras que se alimenta do repertório regional e da cultura popular. Para celebrar essa multiplicidade, o Dia de Aprender Brincando divulga o mapeamento realizado pelo Centro de Referências em Educação Integral com três formas típicas de brincar em Manaus, no Ceará e no Rio Grande do Norte. Conheça:

Curupira e Tucuxi em Manaus

Em Manaus (AM), uma das brincadeiras mais tradicionais do território é a “Curupira”, que, além de promover diversão, traz também o folclore e lendas populares locais para o ambiente lúdico infantil.

Nesta brincadeira, é possível envolver até 15 crianças. Uma das crianças deve ficar de olhos vendados – ela será o curupira – enquanto uma outra a gira três vezes. Em seguida, a de olhos abertos pergunta  “o quê que tu perdeu?”, e a de olhos fechados pode responder o que quiser, como o relógio, a tia ou cachorro.  Todas as crianças em volta daquela que está de olhos vendados podem perguntar  o que ela perdeu. A última criança da roda muda a pergunta. Em vez de perguntar o que perdeu, indaga sobre o que o curupira quer comer. Ao tirar a venda e notar que a comida solicitada não existe, o curupira corre atrás das crianças. Aquela que for pega por ele será o novo curupira.

Já nos dias mais quentes, é a brincadeira na água que ganha espaço no tempo das crianças. Nomeada de Tucuxi (palavra que significa boto-cinza), a brincadeira acontece em uma piscina e as crianças são divididas em dois grupos, o dos botos e o dos pescadores.

Quem é boto tem que entrar na piscina, mergulhar e boiar. Já os pescadores devem ficar fora da água para tentar acertar os botos com flechas (macarrões de espuma). Aqueles que são flechadas morrem ou mudam de grupo.

Boca de Forno no Ceará

No Ceará, o direito ao brincar é o tema do Programa Cresce Brincando (CCB), que vem ampliando o acesso ao brincar, esporte e lazer. Tido como uma tecnologia social, O CCB tem como base diagnóstico realizado pelo Fundo das Nações Unidas pela Infância (Unicef) junto aos municípios do Ceará, que mostrava que essas cidades  possuíam um rico acervo cultural e histórico de brincadeiras, mas um número muito pequeno de profissionais e equipamentos para promover a prática do brincar, do lazer e do esporte.

Diálogo 

MESTRE – Boca de Forno.
CRIANÇAS – Forno!
MESTRE – Jacarandá.
CRIANÇAS – Já!
MESTRE – Quando eu mandar.
CRIANÇAS – Vou!
MESTRE – E se não for?
CRIANÇAS – Apanha!

O projeto atua há quase dez anos em diversos municípios do Ceará. Uma das brincadeiras originárias do estado é a Boca de Forno, que utiliza música e poesia. Primeiramente, o grupo escolhe um mestre para propor desafios à turma.

As ordens são de qualquer natureza, como coletar algum objeto ou dar uma volta pela rua. O último a conseguir cumprir a prova tem um castigo como sanção. O grupo decide, então, qual será a quantidade e a intensidade dos “bolos”, que pode ser de pai, mãe, filho ou anjo.

 Jogo da Onça no Rio Grande do Norte

Cerca de 300 brinquedos e brincadeiras dos mais de 60 municípios norte-rio-grandenses podem ser encontrados no Museu do Brinquedo Popular do Rio Grande do Norte. Coordenado pelo Núcleo de Estudos Culturais da Ludicidade Infantil (NECLI), o museu traz brinquedos que mostram toda a diversidade do local, como as gaitas de talo de mamoeiro, camas de quenga de coco, soldadinhos de castanho de caju, curral de ossos, miniaturas de utensílios, móveis de caixas de fósforo, arapuca, arco e flecha, barcos e jangadas, breque ou guidom, trem de lata de sardinha e jogos tais como carrapeta, pião, peteca, biloca e futebol de botão.

Uma brincadeira conhecida no Rio Grande do Norte é Jogo da Onça. Um jogo de tabuleiro, cuja origem é provavelmente indígena. Não precisa existir exatamente um tabuleiro, pois os jogadores podem desenhá-lo em um chão de areia e no lugar das peças, as crianças podem utilizar pedras. Antigamente, as crianças utilizavam também as calçadas para esse tipo de brincar, riscando-as com carvão. A pedra maior representava a onça e as outras catorze peças eram os cachorros. O objetivo do jogo é capturar os cachorros do adversário.

Salada de Frutas e Andoleta Borboleta no Mato Grosso

A salada de frutas é originária de Cuiabá (MT). A brincadeira pede que os participantes sentem em círculo e que apenas um deles fique em pé, sem cadeira. Cada integrante deve receber o nome de uma fruta (pêra, maçã, banana, uva). A pessoa que estiver em pé deve dizer a fruta que foi comprar à feira. Se disser maçã, por exemplo, todas as crianças que receberam a palavra maçã levantam da cadeira.

A criança que está sem cadeira deve tentar sentar em uma das cadeiras desocupadas e as outras devem tentar sentar em outra. Não pode ser a mesma em que estava antes. Uma das crianças vai sobrar de pé e ela deve recomeçar a brincadeira.

Se, em vez de escolher uma fruta só, ela disser “salada de frutas”, todos os participantes devem ficar de pé. A criança do meio senta em uma das cadeiras e todas as outras tentam mudar de cadeira novamente. Quem ficar sem cadeira três vezes tem que pagar um mico escolhido pelos outros. Perde quem pagar mais micos, ganha quem pagar menos micos.

Outra sugestão do território é a Andoleta borboleta, uma brincadeira de palmas. A ideia é brincar em dupla ou grupo, sempre com um número par de participantes. Em roda, as crianças devem intercalar as mãos – a mão direita sobre a esquerda do colega ao lado.

Cada um bate na mão do outro, que “passa a palma” para o outro amigo, enquanto cantam uma canção (cada palavra vale uma palma), até atingir a palavra final. Aquele que conseguir bater na mão do colega ao falar a última palavra desclassifica o outro. Caso contrário, ele mesmo deve sair do jogo. Vence quem ficar por último na brincadeira.

Conhece alguma brincadeira típica das regiões brasileiras? Envie uma sugestão para

Ajude a divulgar o Dia de Aprender Brincando!

Parabéns, você se inscreveu no Dia De Aprender Brincando!

Obrigado por participar do movimento. Mal podemos esperar para ver o que você vai aprontar no dia. Por favor compartilhe isso com seus colegas e amigos e ajude-nos a fazer possível que cada criança tenha a oportunidade de aprender e brincar ao ar livre todos os dias. 🙂

Obrigado pelo apoio ao Dia De Aprender Brincando!

Nós vamos enviar-lhe um boletim em breve, mas.

O tempo para jogar é fundamental para cada criança – compartilhe seus momentos conosco marcando #OutdoorClassroomDay #DiaDeAprenderBrincando e faça todos os dias um dia para aprender e jogar ao ar livre!

Obrigado por entrar em contato com o Dia De Aprender Brincando.

Obrigado por se juntar ao movimento, não podemos esperar para ver o que você comete no dia! Compartilhe isso com seus colegas e amigos para nos ajudar a tornar possível a cada criança sair ao ar livre para aprender e brincar todos os dias 🙂 Confira as guias de recursos para idéias para o dia – e faça a aprendizagem e faça parte de todos os dias!